Neste ensaio, pretendo empreender uma análise comparativa entre os modos como o intelectual alemão Georg Simmel e o escritor estadunidense Henry James figuram discursivamente aquilo que Simmel chama de "a tragédia da cultura". Em ensaios escritos na virada do século XX, como "As Grandes Cidades e a Vida do Espírito" (1903), "Do Ser da Cultura" (1908) e "O Conceito e a Tragédia da Cultura" (1911), Simmel trata do conceito tipicamente alemão de cultura ('Kultur'), identificando sua dimensão trágica. Conquanto Henry James mostre-se, especialmente no período da 1ª Guerra Mundial, fortemente comprometido com o ideal inglês de "civilização", pode-se notar, em seus relatos de viagem da virada do século, intitulados "The American Scene" (1907), uma compreensão semelhante à de Simmel da moderna experiência da tragédia da cultura. I intend to undertake, in this essay, a comparative analysis between the ways the German intellectual Georg Simmel and the American writer Henry James represent what Simmel calls "the tragedy of culture". In essays written at the turn of the 20th century, such as "The Metropolis and Mental Life" (1903), "On the essence of culture" (1908), and "The Concept and Tragedy of Culture" (1911), Simmel presents the typically German concept of culture ('Kultur'), identifying its tragic dimension. Although Henry James shows himself, especially during World War I, strongly committed to the English ideal of "civilization", it is possible to observe, in his turn-of-the-century travel accounts, "The American Scene" (1907), an understanding similar to Simmel's of the modern experience of the tragedy of culture.
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